sexta-feira, agosto 20, 2004

MUSICA

Bandas tocam no V Festival, na Inglaterra, que tera nos proximos dias
Madonna, 50 Cent, Morrissey e White Stripes

Strokes e Pixies abrem "maratona rock"
LUCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

E para ingles ver e enjoar. De Madonna a Donnas. Do megaconhecido Morrissey
ao megadesconhecido Sons and Daughters. Do espalhafatoso Darkness as
recatadas garotas do 5.6.7.8's, que, tirando os japoneses, so quem assistiu
a "Kill Bill" conhece. A esse caldo, junte Strokes, Pixies, Franz
Ferdinand, Green Day, 50 Cent, Libertines, Dido, Pink, The Killers, White
Stripes, o rap e a eletronica.
Mais de 400 nomes que falam alto a musica jovem recente e nao tao recente,
dos mais estelares aos mais underground, se apresentam nos proximos dias em
Londres e arredores, em dois supereventos badalados, um festival novo, em
lugares gigantes como o Wembley Arena ou nos varios clubinhos da capital
inglesa.
Amanha e domingo, cerca de 70 mil pessoas pegam o caminho do Hylands Park,
area verde encravada na cidadezinha de Chelmsford (55 km a nordeste de
Londres). O endereco e o do V Festival, o anual evento bancado pelo
conglomerado Virgin.
Esta edicao de 2004 apresenta no domingo um interessante encontro de dois
gigantes do rock independente americano, cada um a seu tempo. Os Strokes
fecham o palco principal do evento ja dando mostra de seu novo disco, o
terceiro, que esta sendo gravado em Nova York. A banda, que chacoalhou o
novo rock em 2001, (ainda) esta cotada para tocar no Brasil ainda neste
ano.
Logo antes dos Strokes entra em cena a reformada banda Pixies, seminal
banda da virada dos 80 para os 90 que depois de decada separada
protagonizou a volta a ativa mais celebrada dos ultimos tempos. A
celebracao do encontro de Strokes e Pixies fez a edicao do V ter seus
ingressos esgotados meses antes do evento.
Na mesma hora de Pixies e Strokes, o Massive Attack e a banda Starsailor
vao puxar o palco secundario, enquanto Primal Scream e Groove Armada
comandam a arena de eletronica.
Os artistas principais da primeira noite do V 2004, amanha, sao os
popularissimos (por la) Dido e Muse, no palco principal, e os meninos do
Kings of Leon.
Quando Pixies e Strokes estiverem guardando suas guitarras para deixarem
Chelmsford, neste domingo, a cantora Madonna vai estar recolhendo todos os
seus figurinos depois de apresentacao em Londres, na primeira de sua
residencia de quatro noites no colossal Wembley Arena.
A Re-Invention Tour 2004, que comecou em maio em Los Angeles, e a primeira
turne de Madonna em tres anos, e Londres respira Madonna nas ruas, revistas
e jornais. Mas, ainda assim, nenhuma das quatro noites esta esgotada.
A mesma cidade que abriga Madonna vai ter, ainda na semana que entra, shows
de todos os tipos e tamanhos, como o da sensacao The Killers (Las Vegas), o
dos veteranissimos MC5, herois do rock alternativo americano, alem de Bloc
Party, Futureheads e The Cribs, bandas da falada novissima geracao da
musica britanica.
Ate que chega o outro final de semana. E a coisa complica de vez. Na sexta,
dia 27, comeca o espetacular Reading Festival, cujo slogan e "talvez o
principal encontro de publico jovem, grande atmosfera e boas bandas de rock
do planeta". Em tres dias entram em acao cerca de 140 atracoes. Tudo
espalhado em uma fazenda no meio da cidade universitaria de Reading, que
fica a 40 minutos de trem de Londres, mais ou menos.
O festival deste ano e encabecado, em seu palco principal, pelo gigante
Darkness e pelo Offspring (na sexta), pela excelente linha formada na
sequencia por Franz Ferdinand, Libertines, Morrissey e White Stripes
(sabado) e Green Day e 50 Cent fechando o domingo e o festival em si.
O que reune mais expectativa e o line-up do sabado, que termina com a volta
ao Reino Unido do meteorico grupo escoces Franz Ferdinand, depois de uma
bem-sucedida turne por Australia, Japao e EUA; tem o Libertines, pronto
para explodir com o ja badalado segundo disco "The Libertines", que nem foi
lancado ainda; o sempre respeitado Morrissey; e o White Stripes, que fara
seu ultimo show do ano.
Da enorme lista de atracoes do Reading 2004, 50 Cent (Chimera Hip Hop), LCD
Soundsystem (Sonar Brasil), 2 ManyDJs/Soulwax, Kinky e Dizzee Rascal (Tim
Festival) e MC5 (Goiania Noise) tem o Brasil em sua agenda futura de shows.
Paralelamente ao Reading, mas em Londres mesmo, e no mesmo final de semana
do feriado bancario, os famosos jardins vitorianos de Kings Cross recebem
em oito palcos ao ar livre outra carga de cem atracoes da nova musica.
O Cross Central Festival, armado pela primeira vez, reune badalados DJs
como Derrick Carter, Erol Alkan e Mark Farina, novos grupos como British
Sea Power e The Others e os modernosos LCD Soundsystem, Chicks on Speed,
Ladytron e Soul II Soul, que vem ao Brasil para ser destaque no Brasilia
Music Festival - Electronic, em setembro.



segunda-feira, agosto 16, 2004

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O massacre das crianças
Ã?LVARO PEREIRA JÃ?NIOR

Numa ilha deserta do arquipélago japonês, 42 adolescentes têm
de cumprir uma ordem do governo: matarem-se uns aos outros.
Eles estão lá contra a vontade. Foram drogados, dormiram e,
ao acordar, viram-se dentro desse pesadelo sem escapatória: a
Battle Royale, uma batalha sangrenta e real, que só acaba
quando resta um único sobrevivente.
O cenário é um Japão neofascista, com desemprego alto e
desprezo dos jovens por todo tipo de autoridade. Nas escolas,
professores são maltratados, humilhados. Quando os alunos se
dignam a aparecer.
Num ato extremo para moralizar o país, o governo edita o Ato
Institucional da Batalha Real. Segundo essa lei -represália
extrema ao afrontoso comportamento juvenil-, todo ano um
grupo de estudantes é escolhido ao acaso para participar da
Batalha Real. Não importa se entre eles há grandes amigos,
namorados, companheiros. Na BR, só existe um vencedor.
Ao chegar à ilha, cada jovem ganha uma arma: pode ser uma
pistola, um fuzil, uma metralhadora, uma foice. Mas também há
quem receba um par de binóculos, uma tampa de panela, um
localizador eletrônico tipo GPS.
A essas alturas, o leitor mais ligado em cinema e bizarrices
asiáticas já percebeu que estamos falando do filme "Battle
Royale" (2000), continuamente citado pelo diretor americano
Quentin Tarantino como principal influência na criação dos
dois "Kill Bill". A adoração é tanta que Tarantino
dedicou "Kill Bill" ao diretor de "Battle Royale", Kinji
Fukasako (1930-2003).
Fukasako, que tinha 70 anos ao filmar "BR", leva a violência
a níveis inimagináveis. Há de tudo: suicídios, garotos
fuzilando os melhores amigos, menininhas cuspindo sangue e
uma cabeça decepada com um granada na boca. Mas são cenas de
tal modo incorporadas à narrativa, e o roteiro é tão
envolvente, que não há nada gratuito ou repugnante.
Nenhum tabu fica em pé nessa obra de arte genial e
devastadora, que no Japão passou em grande circuito comercial
e chegou a número um nas bilheterias (nos EUA, ninguém teve
coragem de lançar).
Pesquise na internet, não deixe de ver.


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�lvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em
São Paulo
E-mail: cby2k@uol.com.br

CD PLAYER

PLAY - "Fever", Pink Grease
Seis ingleses que fazem a banda Franz Ferdinand parecer um
bando de feios, sujos e malvados. "Fever" é a faixa disco
punk mais gay e irresistível- do ano!

PLAY - "The End of the World", Cure
Quem diria que, depois de décadas de estrada, os tiozinhos do
Cure viriam com uma música tão moderna e, ao mesmo tempo,
100% Cure? Viva o produtor Ross Robinson!

EJECT - "Escuta Aqui"
Há 15 dias, pedi que os leitores explicassem por que acham
legal a banda inglesa Libertines. Prometi publicar a melhor
resposta, mas furei. Semana que vem rola.


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Acabe com aquelas janelinhas que pulam na sua tela.
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