O que na Califórnia
Ã?LVARO PEREIRA JÃ?NIOR
Naquela de fazer listas dos melhores de 2004, deixei passar algumas coisas legais que vi em Los Angeles, no mês passado. Mas ainda dá tempo de tirar o atraso. Vamos nessa.
Não sei se o iPod tem um único inventor, mas, se tiver, é o maior gênio desde Isaac Newton (1642-1727). Muito mais do que um bem de consumo ou um simples "gadget" eletrônico, o iPod é um fenômeno social. Em LA (e, imagino, em outras grandes cidades dos EUA), simplesmente todo mundo tem e usa, do tiozinho executivo fazendo escala no aeroporto ao skatista tatuado de Venice Beach.
E não é por status, como no Brasil (onde os modelos mais baratos custam o equivalente a seis salários mÃnimos), mas só porque é simples, prático e acessÃvel.
O iPod, para quem aterrissou há pouco de Alfa Centauri, é o tocador de música da Apple. Pequeno, leve, tem capacidade de armazenamento de um computador de mesa. Pegou.
Uma rádio bacana de LA, da qual quase nunca falo, é a KCRW, que tem o grande programa "Morning Becomes Eclectic". Todos os músicos e bandas que passam pela cidade dão um pulo lá e fazem apresentações ao vivo, exclusivas. O legal é que os caras têm um arquivo gigante na internet. Algumas atrações recentes: Moby, Dears, Trashcan Sinatras, Jon Spencer Blues Explosion etc. Vai nessa que é beleza, material valioso e grátis: http://kcrw.com/show/mb.
Muito esquisito o lançamento da caixa do Nirvana, que reúne material maravilhoso e inédito. Achei que só ia se falar nisso na Califórnia. Mas que nada. Na superloja Amoeba, por exemplo, a caixa estava lá no canto do Nirvana, sem nenhum grande pôster ou destaque especial. Depois passei na Virgin Megastore, a mesma coisa. Na Tower Records do Sunset Strip, também.
Deu tanto trabalho para fazer o projeto acontecer e, agora, eles botam na rua meio assim, sem aquele supergás? Vai entender...
Quem está com tudo mesmo em LA é o tiozinho Brian Wilson, que enrolou 37 anos (!!) para lançar o álbum "Smile".
Cartazes e pôsteres em todos os cantos, presença certa nas listas de melhores do ano etc. Wilson, 62, é local de LA.
Dos novos nomes da cena angelena, um dos mais falados é Helen Stellar, que, apesar do nome, é um trio de homens, não uma moça em carreira solo. Originalmente de Chicago, mas bombando na cena indie de LA, Helen Stellar é o My Bloody Valentine do século 21. Sério.
E-mail:
cby2k@uol.com.br
PLAY - "I'm Naut What I Seem", Helen Stellar
Vai ser dureza encontrar esse EP no Brasil, mas o site dos caras tem bastante coisa pra ouvir: www.helenstellar.com. Escute as amostras e corra atrás!
PLAY - "Blind My Mind", Flunk
Ouvi essa linda canção numa rádio on-line. A cantora do Flunk, banda norueguesa, se chama Anja. Isso explica muita coisa. Escute lá: www.kriztal.com/catalog/enlarge.asp?id=39.
EJECT - Conversa com Moby na KCRW
"Moby, por que você escolheu essa cantora para o seu disco?". "Ela mora perto de casa." "Por que você gravou no estúdio Electric Ladyland?". "Porque é perto de casa."