17/11/2004 horario: 22:37:06
Urbano - Sao Paulo - 13/11/2004
Foi uma noite memoravel, de celebracao e euforia para a confraria
alternativa paulistana. O trio americano Nada Surf praticamente lotou a
casa de shows Urbano (notoria por dedicar sua programacao quase que
exclusivamente as varias vertentes da black music como o rap e o hip hop, o
que causou certa confusao em frequentadores mais desavisados e que nao
consultaram com antecedencia no site do local qual seria a atracao daquela
noite; com isso, nao foram poucos os que chegaram la em busca de musica
black e se depararam com um bando de garotos e garotas de tenis All Star e
vestindo t-shirts de bandas como Pixies, Nirvana, Oasis, Placebo,
Portishead, Suede etc.) no ultimo sabado, na abertura de sua turne pelo
Brasil - que prossegue esta semana, ate sabado, quando a banda ainda toca
em Curitiba (hoje, quinta-feira), Londrina (amanha, sexta) e Taubate (no
sabado).
Mais de oitocentas pessoas vibraram e pularam durante uma hora e meia com o
som enxuto, conciso, guitarreiro e com as melodias ora mais aceleradas, ora
mais lentas e melancolicas de uma das melhores bandas do rock alternativo
dos EUA na decada de 90. Uma banda que, por uma dessas conjuncoes injustas
e perversas do destino, nao se tornou tao "popular" quanto merecia, igual
ocorreu com Pixies, Sonic Youth ou Nirvana.
Pois o "cult" Nada Surf, surpreendentemente, veio ao Brasil e encantou.
Encantou pela simplicidade e poder de ataque e concisao de sua musica.
Encantou pela sonoridade indie guitar de musicas como "The Plan", "Happy
Kid" ou do seu "hit" "Popular". Conquistou o publico muito jovem que estava
ali, tocando um trecho incidental de "Love Will Tears Us Apart" (classico
eterno do imortal Joy Division) no meio de uma das cancoes. E, sobretudo,
mostrou que as faixas dos otimos albuns "High Low", "Proximity Effect" e
"Let Go" (que acaba de ser lancado no Brasil pelo braco fonografico da
produtora Inker/Squat, que trouxe o grupo ao Brasil) funcionam
maravilhosamente bem ao vivo, sendo executadas apenas pelo trio basico de
guitarra/baixo/bateria.
Todos se emocionaram com "Blizzard Of 77", com "Inside Of Love" (linda,
linda), com "Fruit Fly" e, principalmente, com "Blonde On Blonde", tocada
ja no bis e que encerrou o show deixando a molecada esperando a beira do
palco, como que suplicando para que o Nada Surf voltasse e tocasse mais um
pouco. Mas Matthew Caws, Daniel Lorca e Ira Elliot ja haviam dado o maximo
de si no palco do Urbano. E quem estava la sabia disso, pois todos exibiam
um largo sorriso de contentamento estampado em suas faces. Como diz o
titulo de uma das cancoes da banda, o Nada Surf transformou todos que
estavam ali presentes, ao menos por uma hora e meia, em "apenas garotos
felizes". E como.
Texto: Humberto Finatti
Foto: Marcos Bragatto (tirada na apresentacao da banda no Rio de Janeiro,
no dia 15 de novembro)
quinta-feira, novembro 18, 2004
quarta-feira, novembro 17, 2004
segunda-feira, novembro 15, 2004
ESCUTA AQUI
Cenas de um festival
Ã?LVARO PEREIRA JÃ?NIOR
Uma das principais atrações do ramo jazz do evento -talvez a
principal delas- não gosta do público e pergunta: "Quanto
custa o ingresso para isso aqui? Deve ser barato, porque
nunca vi tanta gente feia e malvestida". Quanta simpatia...
Mani, baixista do Primal Scream, elogia o Brasil na porta do
camarim: "Tudo é perfeito: o clima, as praias, as mulheres,
as...." Não completou.
A divindade PJ Harvey, exausta após o show, sai de mãos
dadas com um tiozinho (dedos entrelaçados e tudo) rumo à van
que a devolveria ao hotel. Andando com dificuldade, ela
carrega no ombro direito uma sacola da melhor loja de discos
do mundo, a Amoeba, da Califórnia.
Figura do rock paulistano cruza com "Escuta Aqui" e
pergunta: "Aonde você vai?". Respondo: "Ao show do Primal
Scream". Ele: "Vou passar na Bebel Gilberto; se estiver
chato, vou pro Primal." Menos de cinco minutos depois, a
figura já está na platéia do PS.
Gary e John, do Libertines, circulam pelos bastidores
enlameados segurando xÃcaras de... chá.
Falando em Libertines, a platéia vibra loucamente na
primeira música. Na segunda, menos. Na terceira, as pessoas
começam a pensar na vida. Chega um momento em que só
o "núcleo duro" da base de fãs da banda -aqueles que
gostariam de qualquer coisa que rolasse- presta atenção ao
que está acontecendo. Os comentários se repetem: "Não é ruim,
é só chato", "Parece banda brasileira", "As músicas são muito
fracas". A velocidade com que a informação se propaga é,
hoje, um fenômeno tão interessante que, às vezes, a gente
esquece que, na hora de avaliar uma nova banda, o que conta
mesmo é a música. A rapidez com que os Libertines ficaram
famosos é mesmo assustadora, digna de estudo, mas isso não
faz deles um grande grupo. Eles não são nada -são mais ou
menos, uma banda qualquer. Como dizem lá longe: "Try harder
next time, guys".
Mancada em "Escuta Aqui". Na semana passada, escrevi que os
Delays, uma cópia contemporânea dos Cocteau Twins, têm "vocal
feminino". Leitores atentos avisam que aquela voz fininha é,
na verdade, de um moço, Greg Gilbert. OK, corrigido, mas, na
boa, esse Greg faz o �dson Cordeiro parecer o Jamelão.
--------------------------------------------------------------
------------------
�lvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em
São Paulo E-mail: cby2k@uol.com.br
CD PLAYER
PLAY - Primal Scream ao vivo
Três guitarras, uma delas empunhada por Kevin Shields. � como
juntar três prêmios Nobel para resolver um problema de
fÃsica, sendo um deles Richard Feynman.
PLAY - Kraftwerk ao vivo
O mais legal é que eles são 100% anti-sociais. Outros músicos
do festival, loucos para conhecer os alemães, não conseguiram
conversar nem com os roadies do Kraftwerk!
EJECT - Libertines ao vivo
A culpa não é da banda. Jovens cheios de gás. Com músicas tão
fracas, nem a Filarmônica de Viena no auge, regida por Arturo
Toscanini, conseguiria fazer milagre.
__________________________________________________________________________
Acabe com aquelas janelinhas que pulam na sua tela.
AntiPop-up UOL - � grátis!
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custa o ingresso para isso aqui? Deve ser barato, porque
nunca vi tanta gente feia e malvestida". Quanta simpatia...
Mani, baixista do Primal Scream, elogia o Brasil na porta do
camarim: "Tudo é perfeito: o clima, as praias, as mulheres,
as...." Não completou.
A divindade PJ Harvey, exausta após o show, sai de mãos
dadas com um tiozinho (dedos entrelaçados e tudo) rumo à van
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primeira música. Na segunda, menos. Na terceira, as pessoas
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gostariam de qualquer coisa que rolasse- presta atenção ao
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é só chato", "Parece banda brasileira", "As músicas são muito
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esquece que, na hora de avaliar uma nova banda, o que conta
mesmo é a música. A rapidez com que os Libertines ficaram
famosos é mesmo assustadora, digna de estudo, mas isso não
faz deles um grande grupo. Eles não são nada -são mais ou
menos, uma banda qualquer. Como dizem lá longe: "Try harder
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Delays, uma cópia contemporânea dos Cocteau Twins, têm "vocal
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na verdade, de um moço, Greg Gilbert. OK, corrigido, mas, na
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fÃsica, sendo um deles Richard Feynman.
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O mais legal é que eles são 100% anti-sociais. Outros músicos
do festival, loucos para conhecer os alemães, não conseguiram
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