hoje eu fui foda!!!!
Mandei bem. tem reportagem legal aí pra dar com pau!
segunda-feira, novembro 26, 2001
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A banda pós-Pumpkins
MARCELO NEGROMONTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Isto que você vai ler agora é um mero sinal dos tempos, um fato corriqueiro, desses que não mudam a vida de ninguém, apesar de ser praticamente impossível antes de 1999. Uma banda recém-formada faz seu primeiro show e o mundo inteiro ouve.
Há quase um ano, o vocalista Billy Corgan terminou com o Smashing Pumpkins, uma das bandas mais importantes dos anos 90, principalmente antes de "Adore". Fez trabalhos esporádicos, como participar dos últimos disco e turnê do New Order, e recentemente montou uma nova banda, o Zwan.
No último dia 16, o Zwan (formado pelo guitarrista Matt Sweeney, o baterista Jimmy Chamberlin -também um ex-Pumpkin- e o baixista Pajo, também conhecido por Skullfisher) se apresentou ao vivo pela primeira vez. Era o primeiro dos quatro shows que a banda fez até o último dia 21 na Califórnia, como consta no tosco www.zwanmusic.com.
E são gravações não menos toscas desse show do dia 16 que estão num napster perto de você. Ouça "And So I Died of a Broken Heart", "The Empty Sea" (aqui com referências claras a Joy Division) e "Permanence" e perceba quão doce se tornou Corgan.
Após os Strokes, esse é o segundo caso de uma banda que não lançou nenhum disco e já possui gravações ao vivo. O que deveriam ser registros históricos a tecnologia transformou em fatos cotidianos da vida.
NOVO ROCK AMERICANO
Banda do Texas toca quinta e sexta-feira no Sesc Belenzinho
Trail of Dead faz bombadeio sonoro em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Deve ser o sol do Texas na cabeça, mas o calorento Estado americano tem fabricado as bandas mais violentas (sonoramente falando) da atual vibrante safra do rock americano, essa que está apresentada na capa e nas duas páginas seguintes do Folhateen.
O Texas tem a incrível Lift to Experience e já não tem mais a explosiva At the Drive in (a banda recém-acabou). E é de lá que vem também a ...And You Know Us by the Trail of Dead, banda de nome interminável que desde a semana passada está em turnê pelo Brasil.
O grupo, um Sonic Youth heavy metal, é conhecido como daqueles que, ao contrário de bandas mais nervosas, primeiro quebra os instrumentos para depois começar o show.
E parece que, nas duas apresentações do Sesc Belenzinho (0/xx/11/ 6605-8143), quinta e sexta-feira próximas, a fama de destruidor (em todos os bons sentidos) do grupo vai ser mantida.
"Nossa performance ao vivo é marcada por entusiasmo e excitação. Pelas histórias que ouvimos sobre shows no Brasil, não temos dúvidas que vamos encontrar as mesmas coisas por parte do público daí", disse Neil Busch, integrante do grupo, direto do Texas por e-mail.
"Será um show costumeiro nosso: epifania catártica através de bombardeio sonoro", definiu Busch, que como qualquer um do quarteto Trail of Dead toca todos os instrumentos e inclusive canta.
Segundo Busch, o show do Trail of Dead daqui conterá músicas do próximo álbum da banda (a ser lançado em 2002) e canções de "Madonna", o CD de estréia, que a Trama lança ainda este mês no Brasil.
Antes dos shows de quinta e de sexta, o Trail of Dead destrói os estúdios, ou melhor, se apresenta ao vivo na rádio Brasil 2000 FM (107.3 MHz), como convidado do programa paulistano de rock "Garagem", às 23h.
São Paulo então terá três oportunidades nesta semana de ver de que maneira o Trail of Dead imprime ao vivo sua filosofia.
Qual é ela mesmo, Busch? "Tocar rock'n'roll, ficar famoso e depois morrer". (LÚCIO RIBEIRO)
Banda anuncia vinda ao Brasil "depois de abril"
DA REDAÇÃO
Nada como falar do encorpado rock americano com quem faz parte dele.
"Não gosto de nenhuma banda nova", afirmou Fabrizio Moretti, baterista brasileiro do ótimo Strokes (NY), momentos antes de o grupo encarar 30 mil pessoas no palco do prestigioso festival inglês de Reading, em agosto passado.
"Na verdade, não é que não goste", disse Fabrizio. "Apenas não ouço muito".
O baterista do grupo de rock mais falado de 2001 revelou que só escuta "velharias" tipo Velvet Underground e Beatles. "Radiohead também."
"Mas meus amigos não param de sair para shows, bares, onde sempre tem banda nova. Voltam comentando. É sinal de que a cena está fervendo."
Fabrizio mostra conhecimento das "novidades" apenas na hora de falar do Moldy Peaches, dupla roqueira também de Nova York.
"Adoro o Moldy Peaches. Eles são a mistura certa de um rock'n'roll realmente bom com uma boa diversão."
"Quanto ao White Stripes, de novo bastante gente fala, mas eu não conheço muito bem. Tenho que confessar minha ignorância sobre eles", disse o baterista.
"Mas já gosto deles só de saber que são apenas um guitarrista e uma baterista. Só podem fazer música boa."
De volta ao futuro, os Strokes soltaram comunicado afirmando que devem mesmo vir ao Brasil "em alguma data depois do mês de abril".
"As coisas estão ficando excitantes no Brasil. "Is This It" [o álbum dos Strokes" é um dos mais vendidos na Saraiva Megastore. E o vídeo de "Last Nite", um dos mais vistos na MTV americana e na latina, estreou nesta semana na MTV Brasil", diz a nota assinada pelo empresário da banda, Ryan Gentles. (LR)
0ESSE TAL DE ROCK AMERICANO
Desde o grunge (91) os EUA não reúnem tanta banda boa; Brasil já lança CDs e vê shows
Muito além dos Strokes
Divulgação
LÚCIO RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Você pensou que os Strokes eram tudo?
O efeito Nirvana por enquanto é menor, mas desde o grunge do começo dos anos 90 o rock americano não se constituía em tão significativa cena. E não produzia tantas bandas boas, energéticas e explosivas.
Quem, em 2001, foi bombardeado pelo "assunto Strokes" e decidiu verificar o que realmente estava acontecendo, pôde enxergar que pela mesma porta aberta pelo grupo nova-iorquino estavam passando em alta velocidade nomes como White Stripes, Black Rebel Motorcycle Club, Le Tigre, Moldy Peaches e um monte de outras bandas.
Não coincidentemente, o eco da atual excelente safra do "american rock" já é ouvido em alto e bom som no Brasil, que está recebendo os lançamentos do último CD do "hypado" e peculiar White Stripes (Detroit), o primeiro álbum da elogiada banda de punk dance Le Tigre (Washington) e o show do destruidor Trail of Dead, integrante da prolífica cena texana (leia à pág. 5).
A soturna Black Rebel Motorcycle Club, já bem tratada aqui no Folhateen, grita de San Francisco: "I gave my heart to a simple chord/ I give my soul to a new religion/ what ever happened to you/ what ever happened to our rock'n'roll" (Eu dei meu coração a um simples acorde, eu dei minha alma a uma nova religião, o que está acontecendo com você, o que está acontecendo com meu rock'n'roll).
A Sum Records ouviu o BRMC e correu para lançar Le Tigre e White Stripes (veja ao lado). Strokes toca bastante em rádios brasileiras, é tema de especial da MTV, tem cartaz espalhado por todo o Rio de Janeiro e já é hit de vendas em lojas de rock paulistanas.
Para aproveitar a turnê do ótimo grupo texano pelo país, a gravadora Trama prepara a edição nacional do Trail of Dead ainda para este mês.
E a nova gravadora indie FNM promete para janeiro o recém-lançado (lá fora) disco de estréia do desmiolado Andrew WK, sujeito que parece Iggy Pop cantando no AC/DC com a máscara do Kiss. Você ainda vai ver muito a capa do disco dele, "I Get Wet", ilustrada por seu rosto bem... ensanguentado.
O Folhateen preparou um mapa (veja ao lado) do rock made in USA com algumas das bandas indies mais faladas em revistas, jornais, TV e internet. E dá as dicas de canções "fundamentais" para você vasculhar a rede de computadores, ouvir e entender para onde a música jovem está indo com esse tal de rock americano.
O rock americano, ao contrário da base metal soturna que pautava principalmente os grupos de Seattle, em 1991, aparece dez anos depois em vigorosa forma e bem diversificado, seja no estilo seja na localidade das bandas.
Existe a sombra do grunge no "veterano" (1998) grupo Queens of the Stone Age, tem o som 70's dos Strokes, tem o hard rock do Andrew WK, tem o blues detonado do White Stripes e tem a new wave renascida do Le Tigre, por exemplo.
Do Le Tigre, banda que, se você olhar bem, nem é banda (uma é música, a outra é videomaker, a outra é dona de fanzine), já é encontrado nas lojas brasileiras o elogiado e homônimo disco de estréia.
"Le Tigre", o CD, ganhou edição por aqui simultaneamente ao lançamento no exterior do segundo álbum das meninas, "Feminist Sweepstakes".
Pronto. Agora já dá para tirar o CD dos Strokes do cdplayer.
PLAY Death Cab for Cutie ao vivo
Grande show do grupo de Seattle que é dos favoritos da cena indie dos EUA. Canções melódicas, que lembram o Superchunk das antigas, e um baixista possuído.
PLAY "The Man Who Wasn't There", irmãos Cohen
Outro Play, e não para CD, mas para o novo filme dos irmãos Cohen, com Billy Bob Thornton. Tudo dá errado, e todos são punidos, mas não pelos crimes que cometeram.
EJECT "White Ladder", David Gray
Sim, é possível fazer música ainda mais yuppie e desfibrada do que David Matthews e Sting. David Gray é a triste prova disso. Se você não o conhece, parabéns.
Grande show do grupo de Seattle que é dos favoritos da cena indie dos EUA. Canções melódicas, que lembram o Superchunk das antigas, e um baixista possuído.
PLAY "The Man Who Wasn't There", irmãos Cohen
Outro Play, e não para CD, mas para o novo filme dos irmãos Cohen, com Billy Bob Thornton. Tudo dá errado, e todos são punidos, mas não pelos crimes que cometeram.
EJECT "White Ladder", David Gray
Sim, é possível fazer música ainda mais yuppie e desfibrada do que David Matthews e Sting. David Gray é a triste prova disso. Se você não o conhece, parabéns.
...e dá canseira
Um pobre jornalista americano começou a entrevista com Julia perguntando: "Você, ao lado de tantos astros...". Ela: "Não me chame de você, me chame de Julia Roberts." Ele: "Julia Roberts, ao lado de...". Ela: "Mudei de idéia: pode me chamar de você."
Diretor cai do céu
Quem apareceu sem avisar ninguém foi o diretor do filme, o ultrapremiado Steven Soderbergh. Todo de preto, ao meio-dia de um domingo de sol, filmava tudo ao redor com uma pequena câmera digital. E botou menos banca do que qualquer diretor brasileiro de curta-metragens.
Um pobre jornalista americano começou a entrevista com Julia perguntando: "Você, ao lado de tantos astros...". Ela: "Não me chame de você, me chame de Julia Roberts." Ele: "Julia Roberts, ao lado de...". Ela: "Mudei de idéia: pode me chamar de você."
Diretor cai do céu
Quem apareceu sem avisar ninguém foi o diretor do filme, o ultrapremiado Steven Soderbergh. Todo de preto, ao meio-dia de um domingo de sol, filmava tudo ao redor com uma pequena câmera digital. E botou menos banca do que qualquer diretor brasileiro de curta-metragens.
escuta aqui
Britney Spears dá vontade de mudar para Saturno
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
COLUNISTA DA FOLHA
Já que a época é de vestibular, uma pergunta de múltipla escolha para você. Quem deu a declaração abaixo:
"Ah, quando eu fui à premiação da "Billboard", eu estava usando um chapéu laranja e um casaco laranja, meia arrastão, botas, e estava, tipo, muuuito horrível. Nada a ver, parecia uma cafetina. E eu, tipo, pensei: "Não estou nem aí, vou assim mesmo". É claro que minha mãe falou, tipo, "Você vai desse jeito?'"
a)Barry Sharpless, Nobel de química deste ano;
b)Harold Bloom, crítico literário;
c)Britney Spears;
d)Uma anta;
e)"c" e "d" estão corretas.
Esse primor de raciocínio é só um entre vários trechos que desafiam qualquer qualificação possível e que compõem a mais recente reportagem de capa da revista norte-americana "Rolling Stone". A entrevista, claro, é com a cantora Britney Spears, 20 anos e muito silicone.
Não quero parecer purista ou defensor de alguma tese hipócrita sobre "jornalismo de alto nível". Tenho experiência suficiente para saber que uma revista como a "Rolling Stone" precisa vender muito, e que Britney Spears na capa atrai infinitamente mais compradores do que uma banda do interior de Oklahoma conhecida só por meia dúzia de "nerds" bem informados.
Mas não há como fugir do adjetivo "deprimente" ao ler a reportagem principal da edição mais importante do ano da "Rolling Stone" e constatar que trata-se de um blablablá desmiolado com uma menina lindíssima, mas que nada tem a dizer.
A "RS" escolheu Britney como a "personalidade do ano". E destacou também Fred Durst (do Limp Bizkit), Alicia Keys (cantora), Dave Matthews (aquele), Bono, a atriz Angelina Jolie (yes!), a banda Sum 41, a boy band 'Nsync, Bob Dylan, Paul McCartney (a entrevista com ele é a melhor coisa da revista), e, entre vários outros nomes, o inominável Aaron Lewis, líder do grupo Staind, um cara que, a meu ver, deveria depositar todo dia um milhão de dólares na conta de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, de quem ele copia absolutamente tudo o que faz.
Como dizia meu amigo André Forastieri, uma relação dessas é um monumento à mediocridade dos tempos. E, pior ainda, foi publicado na "Rolling Stone", uma revista que, por seu passado inovador, sempre mereceu admiração.
Por favor, quando sai a próxima nave para Saturno?
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