quinta-feira, setembro 09, 2004

apjr

ESCUTA AQUI

Uma rádio dos sonhos
Ã?LVARO PEREIRA JÃ?NIOR

Trocando uma idéia com "Escuta Aqui", uma lendária figura do
rock do Brasil fala de dezenas de assuntos, o principal deles
a lastimável situação da música nas rádios brasileiras.
Não quero apresentar soluções prontas (se as tivesse,
compraria uma rádio e ganharia rios de dinheiro), mas vale a
pena citar pontos da conversa. Afinal, como seria uma rádio
superbacana?
Como todo mundo sabe, 99,99% do que toca no seu rádio, hoje,
é jabá. Ou seja: as gravadoras pagam para que as estações
bombem as faixas "de trabalho" o dia inteiro. Durante
séculos, fingia-se que o jabá não existia. Todo mundo
ganhava, ninguém assumia. Hoje, fala-se mais abertamente,
embora não haja lei sobre o assunto.
Pois então: na rádio superbacana, pode ou não rolar jabá?
Será que, para provar que está longe dos trambiques, essa
emissora deveria chutar o balde, tocando só o que desse na
telha dos programadores?
"Escuta Aqui" e o roqueiro nacional estão de acordo: não dá
para transformar a programação em algo aleatório, que não
repete músicas só para provar independência.
� preciso ter alguma sistematização, algo a que o ouvinte se
acostume. Exemplo dessa linha "independente, porém com rumo"
é a sempre elogiada Indie 103, de Los Angeles
(www.indie1031fm.com). A linha-mestra é a seguinte: tocar só
as melhores faixas de cada disco. E que discos são esses?
Basicamente, os dos nomes "indie" que estão bem no momento,
mais clássicos alternativos dos anos 80 e 90.
A Indie 103 não torra a paciência apresentando uma mesmo
música 80 vezes. Mas também não embarca na piração total de
vasculhar o arquivo e tocar, no horário nobre, a faixa 15 de
um grupo de rock progressivo siciliano dos anos 70.
Mas, e o jabá? O que fazer com ele no Brasil? Buscar a pureza
total, ficando longe disso, ou aceitar a bagunça completa de
hoje?
De novo, será que não seria possível um meio termo? Alguma
regulamentação clara que explicitasse números e porcentagens,
que não deixasse dúvidas sobre quanto e para quem é preciso
pagar para que uma música toque? Ou será melhor manter a
hipocrisia atual, situação de fato que não encontra respaldo
no papel?



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�lvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em
São Paulo E-mail: cby2k@uol.com.br

CD PLAYER

PLAY - "Coração Envenenado", Dee Dee Ramone
Sonhos, sucesso, dinheiro, drogas, paranóia, morte. A linha
do tempo, tantas vezes repetida na história do rock, aparece
com clareza brutal nessa autobiografia de Dee Dee (1952-
2002), baixista dos Ramones. Leia e tente dormir.

PLAY - "Y Control", Yeah Yeah Yeahs
Aos poucos, descobrem-se pérolas em meio ao irregular
álbum "Fever to Tell" (2203), dos Yeah Yeahs Yeahs. Nessa "Y
Control", a vocalista Karen O mostra seu principal dote:
imitar o timbre e as inflexões da überdeusa Chrissie Hynde.

PAUSE - "Girls", Prodigy
Essa é a primeira música do álbum novo do Prodigy que toca em
rádios espertas mundo afora. Bacana, mas não há como não
pensar que o planeta talvez não precise mais do Prodigy,
grande banda que hoje soa cada vez mais datada.


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Acabe com aquelas janelinhas que pulam na sua tela.
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http://antipopup.uol.com.br/


quarta-feira, setembro 08, 2004

apjr

ESCUTA AQUI

Uma rádio dos sonhos
Ã?LVARO PEREIRA JÃ?NIOR

Trocando uma idéia com "Escuta Aqui", uma lendária figura do
rock do Brasil fala de dezenas de assuntos, o principal deles
a lastimável situação da música nas rádios brasileiras.
Não quero apresentar soluções prontas (se as tivesse,
compraria uma rádio e ganharia rios de dinheiro), mas vale a
pena citar pontos da conversa. Afinal, como seria uma rádio
superbacana?
Como todo mundo sabe, 99,99% do que toca no seu rádio, hoje,
é jabá. Ou seja: as gravadoras pagam para que as estações
bombem as faixas "de trabalho" o dia inteiro. Durante
séculos, fingia-se que o jabá não existia. Todo mundo
ganhava, ninguém assumia. Hoje, fala-se mais abertamente,
embora não haja lei sobre o assunto.
Pois então: na rádio superbacana, pode ou não rolar jabá?
Será que, para provar que está longe dos trambiques, essa
emissora deveria chutar o balde, tocando só o que desse na
telha dos programadores?
"Escuta Aqui" e o roqueiro nacional estão de acordo: não dá
para transformar a programação em algo aleatório, que não
repete músicas só para provar independência.
� preciso ter alguma sistematização, algo a que o ouvinte se
acostume. Exemplo dessa linha "independente, porém com rumo"
é a sempre elogiada Indie 103, de Los Angeles
(www.indie1031fm.com). A linha-mestra é a seguinte: tocar só
as melhores faixas de cada disco. E que discos são esses?
Basicamente, os dos nomes "indie" que estão bem no momento,
mais clássicos alternativos dos anos 80 e 90.
A Indie 103 não torra a paciência apresentando uma mesmo
música 80 vezes. Mas também não embarca na piração total de
vasculhar o arquivo e tocar, no horário nobre, a faixa 15 de
um grupo de rock progressivo siciliano dos anos 70.
Mas, e o jabá? O que fazer com ele no Brasil? Buscar a pureza
total, ficando longe disso, ou aceitar a bagunça completa de
hoje?
De novo, será que não seria possível um meio termo? Alguma
regulamentação clara que explicitasse números e porcentagens,
que não deixasse dúvidas sobre quanto e para quem é preciso
pagar para que uma música toque? Ou será melhor manter a
hipocrisia atual, situação de fato que não encontra respaldo
no papel?



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�lvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em
São Paulo E-mail: cby2k@uol.com.br

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PLAY - "Coração Envenenado", Dee Dee Ramone
Sonhos, sucesso, dinheiro, drogas, paranóia, morte. A linha
do tempo, tantas vezes repetida na história do rock, aparece
com clareza brutal nessa autobiografia de Dee Dee (1952-
2002), baixista dos Ramones. Leia e tente dormir.

PLAY - "Y Control", Yeah Yeah Yeahs
Aos poucos, descobrem-se pérolas em meio ao irregular
álbum "Fever to Tell" (2203), dos Yeah Yeahs Yeahs. Nessa "Y
Control", a vocalista Karen O mostra seu principal dote:
imitar o timbre e as inflexões da überdeusa Chrissie Hynde.

PAUSE - "Girls", Prodigy
Essa é a primeira música do álbum novo do Prodigy que toca em
rádios espertas mundo afora. Bacana, mas não há como não
pensar que o planeta talvez não precise mais do Prodigy,
grande banda que hoje soa cada vez mais datada.


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